29 dezembro 2009

Sexo mais cedo eleva risco de cancro do colo do útero

A iniciação sexual precoce e uma maior incidência do cancro do colo do útero foi estabelecida por um estudo que envolveu 20 mil mulheres realizado pela Organização Mundial de saúde (OMS).

Esta investigação tinha como objectivo determinar qual a razão que leva a que as mulheres mais pobres corram um risco duas vezes mais elevado de desenvolver aquele tipo de cancro.

Os cientistas, da Internacional Agency for Research on Câncer (a agência internacional para a investigação do cancro da OMS), concluíram que esse aumento de probabilidade tem a ver com o facto de as mulheres das classes mais desfavorecidas iniciarem a sua vida sexual, em média, quatro anos mais cedo do que as restantes.

O estudo foi publicado na revista científica "British Journal of Cancer" e explica finalmente a diferença na incidência do cancro do colo do útero entre ricos e pobres, uma distinção detectada há muitos anos mas para a qual ainda não havia sido encontrada uma justificação científica.

Segundo a responsável pelo estudo, Sílvia Franceschi, o risco de desenvolver cancro do colo do útero não é apenas mais elevado nas adolescentes, mas também em mulheres que iniciaram a vida sexual aos 20 anos em vez de o terem feito aos 25.

Ao iniciarem a actividade sexual mais cedo, as mulheres "também podem ter sido infectadas pelo HPV (o vírus do papiloma humano) mais cedo, dando ao vírus mais tempo para realizar a longa sequência de eventos que são necessários para o desenvolvimento do cancro".

A equipa de investigação considera que os resultados deste estudo reforçam a necessidade de vacinação antes das adolescentes iniciarem a actividade sexual.

Isabel Lopes (www.expresso.pt)

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/554368

27 novembro 2009

Dia Mundial de Luta Contra a Sida

No próximo dia 1 de Dezembro comemora-se mais um Dia Mundial de Luta Contra a Sida. Para assinalar esta data a Existências promove uma Gala Transformista que decorrerá no dia 30 de Novembro, a partir das 23 horas, no Bar Vox Populli, em Coimbra.

25 novembro 2009

1 de Dezembro








No próximo dia 1 de Dezembro comemora-se mais um Dia Mundial de Luta Contra a Sida. Com o intuito de lembrar a importância desta luta, a Existências promove novamente este ano algumas iniciativas. Assim serão colocados arranjos em alguns espaços da cidade de Coimbra, nomeadamente café Cartola, café Couraça e Salão Brazil.
Apelamos à participação de todos, contribuindo com frases relacionadas com este dia, que serão publicadas neste blogue e no nosso site. As melhores serão usadas na campanha do próximo ano.

23 setembro 2009

Campanha "Trocar o cigarro por uma maçã"

A maioria das pessoas passam mais de metade do seu tempo acordado e a trabalhar, razão pela qual os locais de trabalho são ambientes ideais para promover estilos de vida saudáveis. No Dia Mundial do Coração, que se comemora a 27 de Setembro, o lema é “Trabalhar com o Coração”.

O objectivo é desafiar empresas portuguesas a efectuar pequenas mudanças no ambiente de trabalho, nomeadamente a proibição de fumar, propondo mais frutas e verduras nas zonas de lazer e restauração da empresa e incentivar os trabalhadores a terem alguma actividade física no seu dia-a-dia.

A implementação destas medidas pode salvar vidas e melhorar a produtividade da empresa. Trabalhar com o coração reduz a possibilidade de adoecer em 20%, há uma redução dos custos médicos e, por outro lado, uma maior motivação e melhoria da imagem corporativa.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia promove uma campanha de sensibilização dirigida a empresas e colaboradores, alertando para a necessidade de implementar medidas que promovam a saúde no local de trabalho. O objectivo é reduzir a mortalidade devido a doença cardiovascular. Pequenos gestos que podem fazer a diferença.

http://www.destak.pt/artigo/41030

03 agosto 2009

Foi identificada uma nova variante do HIV

Foi identificada uma nova variante do vírus da sida de tipo 1 (HIV-1), foi anunciado ontem na revista "Nature Genetics". Entre os dois tipos de vírus da sida, a maioria dos casos de infecção deve-se ao HIV-1. Este, por sua vez, está subdividido em três grupos: M (na origem da pandemia) e O e N (muito raros).

Agora, a equipa de Jean-Christophe Plantier, do Centro Nacional de Referência do Vírus da Imunodeficiência Humana de França, identificou um novo grupo no HIV-1 numa doente originária dos Camarões.

Designaram-no por P e dizem que se aproxima geneticamente do vírus da imunodeficiência dos gorilas, descoberto há pouco tempo. O HIV-1 é oriundo do vírus da imunodeficiência dos chimpanzés, embora também se suspeite agora que o grupo N teve origem no vírus dos gorilas.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1394480&idCanal=13

16 julho 2009

Combate à Sida vai até às praias

Uma unidade móvel de rastreio da infecção VIH/sida vai percorrer por etapas e até Setembro alguns destinos balneares de maior afluência nocturna na região. Esta semana faz uma paragem prolongada na Concentração Internacional de Motos de Faro, que começa amanhã.

A campanha deste Verão é intitulada ‘Combinações Perfeitas – Use Sempre Protecção Contra a Sida’. É uma iniciativa da Administração Regional de Saúde do Algarve, em colaboração com a Associação para o Planeamento da Família e o Instituto de Prevenção da Droga e Toxicodependência. Rui Lourenço, presidente da ARS-A, explicou ao CM que a campanha está activa todo o ano, mas que se intensifica no Verão. “Nesta altura há mais gente e as pessoas estão mais predispostas a contactos sexuais”, justifica.

Além de informação nas recepções dos parques de campismo e de anúncios nos intervalos das projecções de filmes em cinemas da região, a campanha estará também presente em eventos como a concentração motard, a Feira do Livro de Faro (14 de Agosto) e o torneio de futebol do Guadiana.

Nas paragens em zonas de diversão nocturna como Praia da Rocha, Armação de Pêra, Albufeira, Quarteira, Olhão e Faro os interessados podem fazer um teste anónimo.

Sabem o resultado em 15 minutos. São aconselhados e recebem preservativos.

Paulo Marcelino/Correio da Manhã – 15.07.2009

http://criasnoticias.wordpress.com/2009/07/15/portugal-combate-a-sida-vai-ate-as-praias/

18 junho 2009

Tertúlia "Prevenção do Risco na Noite", 17 de Junho de 2009




Integrada nas comemorações do 5º Aniversário da Associação Existências, esta foi a terceira tertúlia, realizada no Café FNAC, em Coimbra, tendo-se debatido aspectos que se relacionam com as potencialidades e os riscos associados à frequência de espaços recreativos nas cidades, incluindo as festas académicas. Foi dado especial relevo ao consumo de substâncias psicoactivas, com destaque para o álcool, comportamentos sexuais de risco, violência e condução perigosa. Estiveram presentes nesta evento o Dr. Fernando Mendes (Psicólogo e Presidente do IREFREA Portugal), a Enf. Márcia Santos (Responsável pelo Atelier de Expressividade da Escola Superior de Enfermagem) e o Dr. Paulo Anjos (Presidente da Associação Existências)

16 junho 2009

Exposição Colectiva_Casa da Esquina








Entre os dias 5 e 10 de Junho decorreu na Casa da Esquina, em Coimbra, uma Exposição integrada nas comemorações do 5º Aniversário da Associação Existências, em colaboração com a IC0 (associação cultural). Foram expostas fotografias do fotógrafo Pedro Medeiros, uma tela e duas pinturas de Marco Moura, assim como materiais produzidos e utilizados pela Associação Existências no âmbito dos seus projectos.

04 junho 2009

Tertúlia "Saúde e Toxicodependência", 02 de Junho de 2009





A Tertúlia "Saúde e Toxicodependência", decorreu no dia 02 de Junho de 2009 no Café com Arte, em Coimbra, tendo contado com a presença do Dr. José Rocha Almeida, Dr. João Curto, Dr. Paulo Anjos e Dr. Pedro Oliveira.

Tertúlia "Sida e Comportamentos de Risco", 28 de Maio de 2009





A primeira Tertúlia integrada nas comemorações do 5º Aniversário da Associação Existências teve como tema de discussão a "Sida e Comportamentos de Risco", tendo decorrido no 28 de Maio de 2009 na livraria Almedina Estádio, em Coimbra. Teve como convidada a Dra. Joana Bettencourt, representanta da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/ Sida, e o Dr. Luís Conde, em representação da Existências.

29 abril 2009


Entre os dias 1 e 9 de Maio, decorrerá em Coimbra, a Queima das Fitas 2009.
Considerando o facto de este ser, para além de um período de diversão e comemoração, uma época de risco para o consumo de álcool em excesso e adopção de diversos comportamentos de risco, incluindo nomeadamente comportamentos sexuais de risco, existirão, este ano, um conjunto actividades, sob a designação do projecto "Antes que te Queimes 2009".
As entidades incluídas neste projecto são as seguintes:
- Governo Civil do Distrito de Coimbra
- Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Comissão Central da Queima das Fitas/2009
- ARS-Centro - Delegação Regional do Centro do IDT
- Instituto Português da Juventude do Centro
- Núcleo de Estudantes de Medicina da AAC
- SOS-Estudante - Projecto A(risco)/APF
- Saúde em Português
- Associação Académica de Coimbra
- Associação Existências – Projecto Nov’Ellos
- Canal UP

Os objectivos dos projectos são os seguintes:
a) Aumentar os conhecimentos sobre o consumo de álcool e sexualidade responsável;
b) Promover a reflexão sobre as atitudes relacionadas com o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, os problemas associados como intoxicação grave, prática de sexo desprotegido e policonsumos;
c) Reduzir os danos associados ao abuso de álcool e relacionados com o sexo não protegido e a condução de veículos;
d) Promover escolhas livres e informadas, que visem comportamentos responsáveis do ponto de vista pessoal e social;
e) Divulgar os serviços de atendimento/aconselhamento a jovens em matéria de saúde sexual e reprodutiva, consumo de substâncias psico-activas e saúde mental;
f) Esclarecer os jovens no âmbito de temáticas específicas relacionadas com a sua saúde sexual e reprodutiva, a saber: infecção VIH/SIDA e outras IST’s; contracepção de emergência e interrupção voluntária da gravidez.

As actividades a realizar incluem:
Realização de Outdoor, para identificação do projecto e sensibilização para as actividades a decorrer durante a Semana Académica; Formação de “educadores de rua”;
Disponibilização de um espaço de apoio e aconselhamento, da Unidade de Saúde Móvel, no Largo da Portagem, entre as 22h e as 3h00;
Iniciativas de aconselhamento em contexto recreativo a desenvolver por grupos de jovens, para a redução de consumos/danos, medições de taxa de alcoolemia e glicemia, aconselhamento sexual, disponibilização de preservativos e primeiros socorros;
Disponibilização da Unidade de Saúde Móvel, na Praça da República, entre as 14h30 e as 19h, de 1 a 8 de Maio, da responsabilidade do CAD Coimbra;
Existência de “educadores de rua” no recinto da Semana Académica, com vista à sensibilização na área do consumo abusivo de álcool e sexualidade.

16 março 2009

Tuberculose: Portugal continua acima da média europeia

No ano passado, foram diagnosticados 2.916 casos, incluindo casos novos (2.686) e retratamentos, dos quais 2.519 eram portugueses e 397 imigrantes, revelou o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose em Portugal, Fonseca Antunes. Em 2007, tinham sido diagnosticados 3.158 casos desta doença.
Os homens continuam a ter uma frequência duas vezes superior à das mulheres. «Em cada três doentes, dois são homens», referiu Fonseca Antunes, que trabalha nesta área há duas décadas.
A propósito do Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala a 24 de Março, Fonseca Antunes adiantou que a diminuição do número de casos se insere numa tendência que, na última década, se salda em menos 7,2% ao ano. No entanto, a taxa de incidência em Portugal ainda é ligeiramente maior à média da União Europeia, que se situa nos 17 casos por 100 mil/habitantes. Fonseca Antunes explicou que esta discrepância se deve ao facto de Portugal ainda estar a sofrer a influência de uma situação «bastante desfavorável» que teve até finais da década de 60 e que se reflectiu - dado o nível endémico de então - nas gerações posteriores, porque esta doença pode ter «décadas de latência ».
No entanto, a luta contra a tuberculose tem dado resultados positivos em Portugal. Os estudos epidemiológicos revelam que o risco de ser infectado por tuberculose reduziu para metade nos últimos 13 anos.
A idade mediana dos doentes situa-se entre os 35 e os 44 anos, mas a tendência é para ser «aliviada nos mais novos», sublinhou o responsável.
A distribuição geográfica é bastante assimétrica: seis distritos do Continente (Vila Real, Viana do castelo, Porto, Lisboa, Setúbal e Algarve) são áreas de incidência intermédia (acima de 20 por 100 mil habitantes), enquanto 12 distritos e as duas regiões autónomas são de baixa incidência.
As populações de maior risco de desenvolver a doença ou de ser infectadas são as que contactaram com a tuberculose, pessoas infectadas com o VIH (que representam 14 por cento dos doentes), estrangeiros oriundos de países de alta prevalência desta doença, os toxicodependentes e os reclusos. Em todos estes grupos também se registou uma diminuição do número de casos: cerca de um terço em cinco anos.
Os jovens até aos 15 anos representam 2,1 por cento dos casos registados no ano passado - 58, contra 73 em 2004.
Fonseca Antunes salientou que este é um «indicador sentinela muito fiável», na medida em que as crianças são, por um lado, «muito vulneráveis», e, por outro, não têm comportamentos de risco: «elas são testemunho do que se passa na população geral».
A taxa de mortalidade por tuberculose, que está muitas vezes associada a outras patologias, situa-se nos 1,4 por cem mil habitantes, tendo descido para metade na última década.
Segundo Fonseca Antunes, Portugal continua a superar as metas de resultado propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o controlo da doença: a detecção de, pelo menos, 70 por cento dos casos contagiosos e a cura de 85 por cento desses casos.
Em Portugal, a detecção dos casos ronda os 90 por cento e o sucesso terapêutico ao fim de um ano os 87 por cento.
Apesar dos progressos, o responsável da luta contra a tuberculose frisou que os indicadores «não permitem abrandar as medidas de combate à doença, dado que o nível endémico é ainda considerável, particularmente nos grandes meios urbanos».
Diário Digital / Lusa

26 fevereiro 2009

Vírus da sida está a adaptar-se aos seres humanos

A dispersão mundial do vírus da sida tem mais que 30 anos, mas já há provas que o HIV está a adaptar-se ao homem. Um estudo internacional publicado hoje na revista "Nature", mostra que está a ganhar resistências às características imunitárias das várias populações humanas.
“Apesar de o HIV estar há pouco tempo nos seres humanos, tem conseguido evadir-se aos esforços naturais do controlo do vírus pelo sistema imunitário”, disse, em comunicado, Philip Goulder, da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Sem medicamentos para controlar a infecção, uma pessoa que contrai o HIV demora em média dez anos a desenvolver a doença que acaba por matar. Mas em alguns casos, as pessoas ficam com sida em apenas 12 meses. E há outras que vivem 20 anos saudáveis sem tocarem num remédio.
Uma das causas desta variação temporal é a variabilidade do complexo de genes HLA. Estes genes são diferentes em todas as pessoas e permitem o reconhecimento dos agentes patogénicos, desencadeando a resposta imunitária capaz de, por exemplo, matar as células infectadas com o HIV. O vírus ataca principalmente os linfócitos CD4+ e, quanto mais capaz for o organismo de reconhecer o vírus através dos genes HLA, mais rápida e fortemente os CD8+ podem ser accionados para matar os CD4+ infectados e travar a infecção.
O que os investigadores descobriram é que, de acordo com variações populacionais no HLA, que permitem uma resposta mais forte ao HIV, o vírus tende a mutar e fixar a alteração nessas populações, fintando a resposta imunitária. “Em populações onde um gene do HLA favorável esteja muito presente, vemos que existe um alto nível de mutações que permitem ao HIV resistir ao efeito particular desse gene”, disse Rodney Phillips, um dos autores do artigo.
O estudo concentrou-se em várias regiões do globo, como o Reino Unido, África do Sul, Botswana, Austrália, Canadá e Japão.
Uma das implicações do estudo é que uma vacina futura tem que jogar com a capacidade de mutação do HIV e “actualizar-se”, como se faz actualmente com o vírus da gripe.
25.02.2009 Nicolau Ferreira
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1366709&idCanal=13

06 fevereiro 2009

Terapia genética contra HIV testada nos EUA

Doze doentes seropositivos com problemas de resistência aos tratamentos contra o vírus da sida começaram esta semana a ser recrutados para participar no primeiro ensaio clínico de uma terapia genética anti-HIV, destinada a imunizar de forma personalizada as células de cada um dos doentes contra o temível vírus. Ninguém sabe se este tratamento, que consiste em desactivar um gene indispensável à entrada do HIV nas células imunitárias humanas, poderá ou não funcionar um dia. Mas resultados promissores obtidos nos últimos meses levaram uma equipa da empresa californiana Sangamo BioSciences e da Universidade da Pensilvânia, liderada por Carl June, a avançar com a primeira fase da experiência.
À superfície dos linfócitos CD4 humanos (o principal alvo do HIV), há uma proteína, a CCR5, sem a qual o HIV não consegue invadir essas células. Sabe-se desde 1996 que uma pequena minoria de pessoas, naturalmente imunes ao HIV, são portadoras de uma mutação precisamente no gene que comanda o fabrico da proteína CCR5. Essas pessoas herdaram duas cópias não funcionais do gene - uma vinda do pai, outra da mãe. E como nenhuma delas funciona, a proteína CCR5 não é produzida pelos linfócitos CD4 - e não aparece à sua superfície, o que impede a entrada do HIV.
Para inactivar deliberadamente o gene CCR5, os cientistas utilizam uma proteína sintética (cujo nome técnico é "nuclease dedos de zinco" - em inglês zinc finger nuclease). Injectada nos linfócitos, ela retira um bocadinho de ADN a cada uma das duas cópias do gene CCR5. A seguir, a célula "remenda" o gene, mas este, sem aquele bocadinho, já não funciona. No fundo, imita-se a natureza: tudo se passa como se os linfócitos tivessem sofrido espontaneamente a mutação imunizante. Há seis meses, June e os colegas já tinham experimentado o efeito desta desactivação deliberada do gene CCR5 em linfócitos humanos em cultura e em ratinhos imunodeficientes infectados com HIV. Em ambos os casos, o tratamento permitiu reduzir a carga viral e, nos animais, fez aumentar o número de linfócitos CD4 (indicador de uma certa "regressão" da doença).
Os cientistas tencionam colher linfócitos não infectados junto dos 12 voluntários, torná-los mutantes para o CCR5 num tubo de ensaio, cultivá-los para obter uns 10 mil milhões de linfócitos mutantes e por último reintroduzi-los nos seus donos. O que esperam é que - para além de não ter efeitos indesejáveis - o tratamento surta efeitos positivos semelhantes aos observados in vitro e nos ratinhos.
05.02.2009, Ana Gerschenfeld
http://jornal.publico.clix.pt/


01 fevereiro 2009

Juicy Event 3

No dia 4 de de Fevereiro realiza-se o Juicy Event 3 no bar Quebra, em Coimbra. Este evento é organizado pela Associação Existências, no âmbito do Projecto Nov'Ellos.

Como habitualmente será proposto aos presentes que experimentem os sumos naturais existentes. Serão ainda disponibilizados materiais preventivos e informativos sobre substâncias psicoactivas.

21 janeiro 2009

Novo caminho para tratar pela boca o vício da nicotina

Uma investigação que reúne equipas instaladas nos Estados Unidos, Portugal e Brasil conseguiu encontrar mais uma via utilizada pela nicotina para fazer a viagem da boca até ao cérebro, mais precisamente até uma zona chamada córtex insular. O trabalho, que será publicado no final desta semana na edição de Janeiro da revista Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), consegue, desta forma, revelar um potencial alvo para novas abordagens terapêuticas antitabágicas. Tratando-se, para já, de uma mera hipótese teórica, esta pesquisa pode abrir caminho a um novo tratamento que junte a nicotina a um antitabágico numa pastilha elástica, por exemplo. É mais uma ajuda num terreno onde todas são preciosas.
Já se sabia que a nicotina activa certas zonas do cérebro.Recentemente, um estudo publicado na Science mostrou que uma das áreas que terão um papel importante neste terrível hábito será precisamente o córtex insular. Tratou-se de um trabalho que mostrou que quando um fumador sofria uma lesão nesta região do cérebro era como se, de um dia para o outro, o seu corpo se esquecesse do cigarro. O grupo de investigação da Universidade da Virgínia, liderado por Albino Oliveira-Maia, quis perceber a forma como a nicotina activa as vias do sabor, desde a língua até esta zona do cérebro.
A pesquisa envolveu o estudo da proteína TRPM5 que está nas células do sabor (na língua) e que já tinha sido associada ao reconhecimento de sabores amargos como o quinino ou a nicotina. Foram feitos estudos moleculares e fisiológicos e foi detectada uma segunda via que a nicotina usa para fazer a viagem entre a boca e o cérebro, independente da proteína TRPM5 e dependente de receptores nicotínicos existentes no sistema do sabor. "Percebeu-se que a anulação desta via através da mistura de um fármaco antagonista dos receptores nicotínicos (a mecamilamina) nas soluções da nicotina instalava a confusão e o cérebro dos animais respondia como se tratasse de quinino", diz Albino Oliveira-Maia. A investigação deverá agora avançar para modelos animais (possivelmente ratos) viciados em nicotina. Para já, trouxe dados que "podem ser muito interessantes para novas hipóteses em termos de tratamento do hábito tabágico". O ataque à activação cerebral provocada pela nicotina poderá assim ter uma outra via através da boca e do sabor.

20.01.2009, Andrea Cunha Freitas
http://jornal.publico.clix.pt/