21 março 2012

Teste da Mulher - um exame ao seu alcance


15 de Março de 2012 por UCV 
 
A deteção precose de HPV's de alto de risco, principal causa do cancro do colo do útero, é agora mais fácil. Tudo graças ao Teste da Mulher. O kit de recolha é o primeiro em Portugal e foi desenvolvido pela Infogene, uma spin-off da Universidade de Coimbra.

16 março 2012

Estudo sobre comportamentos dos jovens

São os mais tristes, os mais irritados, dos que menos fazem exercício físico diário, dos que menos gostam da escola. São apenas exemplos de uma tendência que se repete: são os adolescentes alentejanos e algarvios os que tendem a apresentar mais comportamentos de risco, referem dados do estudo português sobre comportamentos em saúde de jovens em idade escolar (Health Behaviour in School-Aged Children), que é feito no âmbito da Organização Mundial de Saúde e em que participam mais 43 países.

À excepção da melhor comunicação com os amigos e menos lesões sofridas, é a sul do Tejo que estão os resultados mais negativos, admite Margarida Gaspar de Matos, a coordenadora do estudo que inquiriu uma amostra representativa da população nacional (e regional) de 5050 adolescentes portugueses dos 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade, com uma média de idades de 14 anos.

Antes de mais, as boas notícias: comparando os dados deste estudo, cujo inquérito é de 2010, mas que já tinha sido feito em 1998, 2002 e 2006, constata-se que a saúde dos adolescentes tem vindo a melhorar desde 2002, o que se traduz na diminuição do consumo de tabaco, na sexualidade mais responsável, na diminuição da violência, no bem-estar físico e psicológico, na satisfação com a vida e na saúde oral.

Mas as respostas dos inquiridos de 2010 vistas à lupa dão conta de diferenças dentro do país que, defende a coordenadora, têm que ser tidas em linha de conta. Desde logo, no Alentejo há 11,3% de miúdos que dizem estar tristes ou deprimidos e 9,4% de algarvios que dão a mesma resposta. Em Lisboa esse valor é de 8,8%, no Norte de 8,2% e, no Centro, de 6,4%. O Alentejo e o Algarve são as duas regiões onde foram registados maiores índices de obesidade - 3,6% destes jovens estarão nesta situação, contra uma média nacional de 3,4% (era de 2,3% em 1998).

No consumo de substâncias, é no Alentejo que mais os adolescentes dizem ter ficado embriagados mais de dez vezes na vida (6,1%) e 5,8% reportam mesmo o consumo semanal de bebidas destiladas. No resto do país, estes números ficam em torno dos 2 a 3%. É também naquela região que há mais jovens (31,6%) a dizer que não gostam da escola (a média nacional é de 23,5%).

O estudo sinaliza o problema, mas não estudou as causas da concentração destes resultados nas duas regiões. Mas Margarida Gaspar de Matos, que é psicóloga, deixa algumas pistas. "Estas são regiões em que há menos jovens, estão mais espalhados e isolados", o que potencia efeitos de grupo. "Se há um grupo que adere [a um dado comportamento], é mais fácil criar uma moda de grupo - há menos espaço para a diferença".

As diferenças regionais encontradas são uma chamada de atenção para o facto de as medidas nesta área terem que ser pensadas localmente, o que passa pela "autonomia das escolas e a valorização das autarquias". "Uma boa solução para o Norte pode não ser uma boa solução para o Sul."

Há especificidades nas várias regiões. "O Norte tem, em geral, melhores resultados", mas, apesar de ter menos jovens que iniciaram relações sexuais (19,3% face aos 21,8% de média nacional), os que a iniciaram são os que menos dizem usar preservativo (79,1% face aos 82,5% em termos nacionais) e, por isso, estão em maior risco.

Educação Sexual traz ganhos

O Centro está melhor na prática de actividade física e pior na higiene oral e em Lisboa e Vale do Tejo há índices de obesidade menor, mas "há maior violência interpessoal". Por exemplo, são 7,3% os jovens desta região que dizem ter estado envolvidos em lutas no último ano, o valor mais alto no país, e 4,5% os que dizem ter provocado alguém na escola nos últimos dois meses anteriores ao inquérito (a média do país fica-se pelos 2,7%).

Em termos nacionais, Margarida Gaspar de Matos, que dirige a equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana e Centro de Malária e Doenças Tropicais, em Lisboa, sublinha que os adolescentes que mais tiveram Educação Sexual tendem a ser os que iniciam a sua vida sexual mais tarde e os que menos têm relações sexuais desprotegidas. "A Educação Sexual só tem vantagens", conclui. A maioria (65,9%) diz que os seus professores abordaram estes conteúdos nas aulas.

Dos alunos de 8.º e 10.º ano inquiridos, são 23,5% os que já iniciaram a sua vida sexual nunca tendo tido Educação Sexual, um número superior aos 20% de alunos da mesma idade que dizem tê-lo feito tendo tido contacto com aqueles conteúdos. Há uma diferença de três pontos percentuais no uso do preservativo entre os que tiveram Educação Sexual e os que não tiveram: 96% no primeiro caso e 93,1% na segunda situação. Os alunos que tiveram Educação Sexual revelam também menos comportamentos discriminatórios face a pessoas infectadas com VIH/sida. 

16.03.2012 - 09:15 Por Catarina Gomes

08 março 2012

Universidade do Minho Proteína do leite pode ser decisiva para travar cancro da mama


Travar ou mesmo prevenir o aparecimento das células malignas responsáveis por alguns tipos de cancro da mama pode passar por um gesto tão simples como beber leite. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, que acaba de ser publicado no Journal of Dairy Science.

A investigação, que foi conduzida por Lígia Rodrigues, permitiu descobrir que uma proteína do leite, a lactoferrina, é capaz de reduzir para metade a viabilidade das células cancerosas e em dois terços a sua proliferação. A equipa do estudo defende, por isso, que tanto o leite como os seus derivados sejam enriquecidos com esta proteína como forma de prevenir o cancro da mama ou de evitar que este se alastre no organismo.

Em Portugal, surgem todos os anos 4500 novos casos de cancro da mama e registam-se 1500 mortes. Apenas 1% dos casos são em homens, mas em geral os tumores são agressivos e não são detectados de forma precoce por desconhecimento dos doentes.

“Esta investigação é de particular relevância para a indústria alimentar. O consumo de leite e derivados, ou mesmo produtos enriquecidos com lactoferrina, pode no futuro constituir uma forma natural de prevenir o cancro de mama ou de melhorar o tratamento dos pacientes”, explica Lígia Rodrigues. A investigadora sublinha que esta proteína já tinha revelado um papel potencialmente importante noutros tipos de cancro, pelo que o futuro passará por perceber as doses ideais que devem ser incluídas na dieta humana.

A lactoferrina – uma glicoproteína – está presente no soro do leite e é capaz de se ligar ao ferro, pelo que pode ser encontrada em vários fluidos corporais, como sangue, lágrimas, saliva ou sémen. Esta proteína consegue inibir a proliferação celular e tem também propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o que dificulta que as células malignas se reproduzam e se alastrem a outros órgãos sob a forma de metástases.

Apesar de a comunidade científica, em geral, reconhecer que a alimentação é um ponto chave na prevenção e tratamento de muitas doenças, a verdade é que ainda se sabe pouco sobre muitas substâncias que integram os alimentos.

Neste estudo em particular, a equipa olhou apenas para os efeitos da lactoferrina do leite bovino em duas linhas celulares de cancro de mama (HS578T e T47D), uma das quais não tem receptor de estrogéneos, tendo por isso um pior prognóstico perante os tratamentos que existem actualmente. “As células sem este receptor correspondem em geral a tipos de tumores mais agressivos, cuja terapêutica existente não é muito eficiente”, refere o estudo, pelo que uma resposta à lactoferrina “seria um relevante avanço científico”.

Já em Janeiro, uma equipa internacional de investigadores coordenada por uma portuguesa identificou compostos antioxidantes com maior capacidade de prevenção de cancros da mama e da pele presentes em produtos da dieta mediterrânica, conseguindo determinar as dosagens benéficas e danosas. Os compostos antioxidantes com efeito preventivo estudados estavam presentes em produtos como o azeite, vinho tinto, frutos frescos (nomeadamente os vermelhos), legumes e cereais, entre outros, segundo disse na altura Maria Paula Marques, da Universidade de Coimbra (UC), que coordena a equipa de investigadores.

Por Romana Borja-Santos

07 março 2012

Cuba vai testar vacina contra a Sida

Cuba vai iniciar este ano testes clínicos em humanos seropositivos com uma vacina contra a Sida depois de ter realizado, com sucesso, investigações com ratos, informou o responsável pelo projeto, o microbiólogo cubano Enrique Iglesias.

O responsável explicou em declarações à agência noticiosa Efe, durante o Congresso Internacional "Biotecnologia Havana 2012", que o produto denominado TERAVAC-HIV-1 tem três proteínas, uma delas obtida através de engenharia genética, e pretende alcançar uma resposta celular contra o vírus, que destrua as células infetadas.


Iglesias salientou que será iniciada uma fase "muito primária" dos testes, alertando que "não se pretende gerar falsas expetativas" sobre a sua possível eficácia terapêutica, que terá ainda de ser provada com ensaios futuros.


Nesta investigação participam biólogos, médicos e especialistas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia e do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, de Havana.



"Este é o primeiro teste que realizamos em humanos, pretende alcançar segurança, permitir observar se após a sua aplicação ocorrem reações secundárias como febre, inflamação na área de inoculação ou dores de cabeça", explicou, salientando que "ainda há um longo caminho a percorrer".


Os testes serão realizados em 26 seropositivos que ainda não estão doentes e que decidiram de forma voluntária submeter-se aos mesmos.







Enfarte na mulher chega sem avisar, mata mais e deixa mais sequelas

As doenças cardíacas nas mulheres estão a aumentar e a matar cada vez mais, (...). Chegam sorrateiramente, sem os sintomas típicos, e deixam mais sequelas do que nos homens.

Esta é uma realidade que está a deixar preocupada a comunidade médica, em Portugal e na Europa, que procura respostas para uma doença que tem manifestações diferentes nas mulheres, com consequências mais desastrosas, mesmo ao nível das intervenções médicas.

Várias médicas cardiologistas pertencentes a um organismo europeu chamado "Women in nnovation" (WIN) revelaram num encontro médico, decorrido na semana passada em Praga, que os  enfartes do miocárdio estão a aumentar nas mulheres e são muitas vezes irreconhecíveis, sem sintomas ou com sintomatologia diferente da clássica dor no peito.

Uma doença que classicamente se associa ao homem, porque a natureza dotou a mulher de uma hormona (estrogénio) que protege fortemente o coração, mas que agora se vira cada vez mais para o sexo oposto, em consequência dos novos hábitos de vida das sociedades.

De acordo com a cardiologista de intervenção do Hospital de Santa Marta Lídia Sousa, os enfartes estão a aumentar na população feminina mais jovem pelo crescimento dos hábitos de tabagismo, em particular quando associados à utilização da pílula.

Mas há também outros fatores de risco relacionados com o estilo de vida, como a obesidade e o sedentarismo, e com o "aumento da sobrevida, que acarreta um aumento das doenças concomitantes e dos fatores de risco cardiovasculares".

Quanto ao maior impacto que a doença tem na mulher, Lídia Sousa explica que existe "uma evolução menos favorável", que é condicionada por vários fatores: o aparecimento numa idade mais tardia, em que a presença de co-morbilidades é mais significativa, o diagnóstico mais tardio e menos frequente nas mulheres (e subsequente tratamento menos adequado e tardio).

A taxa de mortalidade nas mulheres por síndrome coronário agudo é mais elevada do que nos homens, novamente pela idade e co-morbilidades, mas também por outros fatores como o facto de terem artérias de menor calibre e terem maior risco hemorrágico.

"As mulheres, além de maior mortalidade, parecem ter também mais evolução para algumas das complicações mecânicas do enfarte e para insuficiência cardíaca", salientou.

Os dados apresentados pelas WIN mostraram também que após a angioplastia primária - técnica de desentupimento das artérias tida com a mais eficaz no enfarte do miocárdio - todas as mulheres submetidas a esse tratamento tiveram complicações relacionadas com o sangue, que 37 por cento têm mais risco de morte, de complicações e de re-hospitalizações do que os homens e as mulheres com mais de 55 anos têm cinco vezes mais risco de morte.

Segundo Lídia Sousa, estas complicações explicam-se também pela idade, pelas co-morbilidades e pelos diagnósticos tardios, mas também por aspetos relacionados com a "anatomia das coronárias e com o risco hemorrágico".

Os diagnósticos tardios ou errados nas mulheres explicam-se por quadros de dor ou mal-estar que apresentam, mais difíceis de interpretar, por não seguirem o padrão habitual.
egundo a médica, algumas queixas são, por exemplo, interpretadas como "quadros de origem osteo-articular ou abdominais".
As doenças cardiovasculares (cardíacas e cérebro-vasculares) são a principal causa de morte nas mulheres, sendo que uma em cada três mortes são motivadas por problemas cardíacos.

De acordo com os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção, entre os doentes submetidos a angioplastia coronária percutânea, a mortalidade intra-hospitalar para as mulheres com enfarte foi superior (4,5% versus 2,7% nos homens), sendo que estas constituem já 25% do total destes doentes.


http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2347579&page=-1



02 março 2012

Rede Sobre Trabalho Sexual apoia casa segura para sexo na Mouraria

A Rede sobre Trabalho Sexual manifestou esta quinta-feira a sua aprovação à ideia de criar de um espaço de sexo seguro, no bairro da Mouraria, em Lisboa, designado por "Safe House".
A proposta da Obra Social das Irmãs Oblatas e do GAT (Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/Sida) à Câmara Municipal de Lisboa é vista com bons olhos por esta rede, que agrega a Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES), a Associação para o Planeamento da Família (APF), a Associação Existências, GAT e Panteras Rosa.

Para esta rede de associações, a proposta pode dar "maior dignidade humana aos trabalhadores do sexo da Mouraria", por poder proporcionar "melhores condições de segurança no trabalho", ao reduzir riscos para a saúde e contribuir para a "diminuição do estigma e da discriminação", assim como "eliminar eventuais situações de exploração".
A rede lembra que a prostituição não é ilegal no país e que no Código Penal Português estão apenas previstas situações de incentivo (lenocínio).
No caso de avançar o modelo de cooperativa de mulheres, a rede entende não existir qualquer ilícito.

Em comunicado, a RTS quis ainda distinguir esta proposta de uma casa de sexo seguro de um bordel.
"A introdução da palavra 'bordel' na discussão que está a ser feita vem apenas confundir, ao associar, mesmo que implicitamente, este projeto com a exploração da prostituição com fins lucrativos", além de dotar o projeto de "carga negativa", sublinha.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2337598&page=-1