30 julho 2012

Especialistas defendem que é preciso ir mais longe no combate à SIDA nas mulheres


Especialistas reunidos em Washington alertaram que as mulheres são particularmente vulneráveis à Sida e afirmaram que é preciso ir muito mais longe do que o actual foco nas grávidas para abordar o problema.



O alerta, lançado durante a 19.ª conferência internacional sobre Sida, a decorrer esta semana em Washington, assenta no facto de 1,2 milhões de mulheres e raparigas terem sido infectadas em 2011, a maioria nos países em desenvolvimento.
Além disso, estatísticas divulgadas na semana passada pela ONUSida apontam que as taxas de infecção entre as jovens dos 15 aos 24 anos são duas vezes superiores às dos rapazes da mesma faixa etária e 63% de todas as jovens deste grupo que vivem com o vírus são mulheres.A infecção pelo VIH é a principal causa de mortalidade entre as mulheres em idade fértil.
«Não podemos sequer começar a falar em pôr fim à Sida enquanto uma parte tão importante do impacto da epidemia continuar a afectar tão fortemente as mulheres», afirmou Diane Havlir, professora de medicina na Universidade da Califórnia, em São Francisco, e co-presidente da conferência de Washington, que reúne 20 mil delegados de 190 países.
A médica defendeu que são necessárias «novas abordagens de prevenção com antirretrovirais e microbicidas», já que as mulheres têm maior risco de transmissão do HIV do que os homens nas relações heterossexuais sem preservativo.
Em muitos países, não têm sequer poder de exigir aos parceiros que usem protecção e são muitas vezes vítimas de abuso sexual.
Para a directora adjunta da UNICEF, Geeta Rao Gupta, «foram alcançados progressos substanciais nos últimos anos, mas o objectivo está longe de atingido quando as taxas de infecção se mantêm persistentemente elevadas entre os adolescentes, particularmente as raparigas».
De entre os 2,2 milhões de adolescentes que viviam com Sida no mundo em 2011, 1,3 milhões eram meninas.
«Estas adolescentes e jovens raparigas, as nossas irmãs e filhas, representam uma questão não resolvida na resposta à Sida», disse Rao Gupta.

Publicado em 26-07-2012 por Diário Digital com Lusa 
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=55315

27 julho 2012

Fármaco para cancro “acorda” vírus HIV para melhor o erradicar

Investigadores norte-americanos mostraram, pela primeira vez, que é possível detectar, para depois os eliminar, os reservatórios escondidos de vírus HIV no organismo humano.

As actuais terapias anti-HIV conseguem eliminar quase todo o vírus detectável no organismo de uma pessoa infectada. Mas quando o tratamento é interrompido, a infecção pode ressurgir passados uns tempos. Ao que tudo indica, isso deve-se à existência de reservatórios persistentes de vírus que escapam ao ataque dos anti-retrovirais porque não estão a replicar-se nas células. Estão inactivos, silenciosos.

Estudos anteriores já tinham mostrado, in vitro, que o vorinostat, um fármaco utilizado no tratamento de certos tipos de linfomas, era capaz de reactivar esses HIV latentes, de os fazer sair dos seus esconderijos, por assim dizer. E esta quinta-feira, David Margolis, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), e colegas, anunciam na revista Nature que uma única dose do fármaco também foi suficiente para “acordar” os HIV latentes em oito adultos seropositivos que estavam a ser tratados com terapias anti-HIV e cujo estado clínico era estável.

Quando os cientistas mediram os níveis de ARN viral nos linfócitos CD4 (as células do sistema imunitário humano que o HIV utiliza para replicar o seu património genético), constataram que esses níveis tinham aumentado quatro a cinco vezes nos participantes após a dose de vorinostat, assinalando que os vírus dormentes estavam de facto a ser “desmascarados”.

“Este trabalho sugere fortemente uma nova estratégia para atacar e erradicar a infecção latente pelo HIV”, diz Margolis em comunicado. Os autores salientam contudo que o vorisostat tem alguns efeitos tóxicos, que devem ser tidos em consideração quando se pretende utilizar este ou outros fármacos semelhantes para tentar erradicar de vez .

 Publicado em 26.07.2012 - 15:30 Por Ana Gerschenfeld

24 julho 2012

Nobel da Medicina de 2008 diz que SIDA pode ser eliminada até 2050


A professora Françoise Barré-Sinoussi, vencedora do prémio Nobel da Medicina em 2008 por ter ajudado a descobrir o vírus da SIDA, defende, esta sexta-feira, que a cura da doença está à vista, graças a recentes descobertas científicas.
Em entrevista à AFP, a propósito da conferência que vai dar em Washington sobre a doença, a laureada com o Nobel afirmou que, "em princípio", será possível eliminar a pandemia da SIDA até 2050 caso os obstáculos ao acesso a medicamentos próprios sejam eliminados.
As principais barreiras não são científicas, mas políticas, económicas e sociais, criticou, referindo que o principal problema é a falta de acesso aos testes e drogas nas áreas pobres e rurais e o estigma em torno do vírus, prejudica a sua deteção precoce e tratamento.
Cerca de 25 mil pessoas - incluindo celebridades, cientistas e portadores de HIV - são esperadas no domingo na capital norte-americana para apelar a uma ação global mais forte para enfrentar a epidemia de SIDA que já dura há três décadas.
O número de pessoas em tratamento aumentou 20 por cento entre 2010 e 2011, atingindo 8 milhões nos países mais pobres.
No entanto, este número representa apenas metade das pessoas que deviam estar em tratamento em todo o mundo, o que sugere que há ainda muito mais a fazer, defendeu François Barré-Sinoussi.
Mais de 34 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV, número que representa um recorde de sempre, sendo que cerca de 30 milhões já morreram de causas relacionadas com a SIDA, desde que a doença surgiu na década de 1980, de acordo com as Nações Unidas.

Publicado em 20-07-2012  às 10.08


23 julho 2012

Estudo mede impacto emocional da infecção pelo HPV


Lesões internas mais graves, mas que não aparecem a olho nu, provocam menos impacto

As verrugas genitais causadas pelo HPV (papiloma vírus humano) provocam mais impacto na vida das mulheres do que as lesões internas causadas pelo mesmo vírus, que não aparecem a olho nu, mas são mais graves. A conclusão é de um estudo com 29 pacientes da Santa Casa de São Paulo.
O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum e afecta cerca de 630 milhões de pessoas no mundo.
Há dois tipos de reacção ao HPV: a verruga genital, de baixo risco, e a lesão pré-cancerosa e o cancro, que não são visíveis, mas são de alto risco. O estudo mostra que a preocupação e o medo são os sentimentos «campeões» quando o diagnóstico da doença é revelado, seguidos pela raiva.
Segundo a ginecologista Adriana Campaner, coordenadora do estudo, o diagnóstico do HPV causa discussões entre as mulheres e os seus companheiros. Entre as avaliadas, 21% relataram conflito com o parceiro ligando a doença à infidelidade e 10% romperam as suas relações por causa disso.
Mas, segundo Campaner, essa reacção é equivocada, porque não é possível identificar quando a pessoa contraiu o vírus. «A manifestação das lesões pode levar anos.» Segundo a ginecologista, 80% das mulheres vão ser infectadas com HPV pelo menos uma vez na vida. Ainda afirmou que a hipótese de uma mulher contrair o vírus em uma relação sexual é de 30% a 60%.
Em 90% dos casos, o HPV é transmitido por relações sexuais, mas há casos de pessoas que já contraíram o vírus pelo contacto com a sanita, uma toalha humedecida, sabonete e até material cirúrgico que não foi higienizado.
O condiloma pode ser tratado por métodos químicos ou físicos, que destroem a lesão. Já para tratar a lesão pré-cancerosa, é necessário fazer uma cirurgia para retirada da lesão. O tratamento para o cancro no colo do útero depende do grau de comprometimento do organismo.
«O ideal é descobrir as lesões pré-cancerosas antes de evoluírem para cancro», alerta a ginecologista. «Mas em apenas uma em cada cem mulheres o HPV evolui para o cancro.»
A prevenção contra a doença inclui a prática de sexo seguro, a vacinação e exames regulares - como o papanicolau e a consulta ginecológica de rotina.

Fonte: Agência LUSA


20 julho 2012

Portugal tem a melhor taxa de cobertura da vacina contra HPV



Portugal é considerado, pela Organização Mundial de Saúde, o país com melhor taxa de cobertura de contra o Vírus do Papiloma Humano. O vírus é uma das causas do cancro do colo do útero.
De acvacinação ordo com a sub-directora geral da Saúde, Graça Freitas, esta boa classificação de Portugal foi transmitida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A classificação surge de uma análise dos sistemas dos países do mundo que têm a vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV, na sigla em inglês) no Plano Nacional de Vacinação.
Em relação às raparigas que são alvo de uma campanha de vacinação - grupos de jovens nascidas em 1992, 1993 e 1994 - Graça Freitas indicou que 88,4% iniciaram o processo e 83,9% já o completaram.
A introdução da vacina contra infecções por HPV no Programa Nacional de Vacinação foi aprovada a 20 de março de 2008.
Segundo a Direção Geral da Saúde, a vacinação universal de rotina tem como objectivo a prevenção de infecções pelo vírus e a diminuição, a longo prazo, da incidência do cancro do colo do útero.
Em Portugal, cerca de 350 mulheres morrem anualmente vítimas de cancro do colo do útero, sendo diagnosticados mil novos casos todos os anos.

Data: 21-05-2012   Autor: JN