Os infectados com VIH/Sida que continuaram a consumir drogas «têm perturbações cognitivas maiores» associadas à infecção do que aqueles que contraíram o vírus por via sexual, segundo um estudo português.
Os doentes infectados com VIH têm alterações mais ou menos frequentes e variáveis ao nível do funcionamento mental, que podem oscilar desde pequenas perturbações na atenção até à demência. «Deve-se sobretudo à predilecção do vírus pelo sistema nervoso central», explicou o investigador, referindo que o vírus altera o funcionamento cerebral, como dificulta a acção dos medicamentos retrovíricos no sistema nervoso central.
Os resultados preliminares do projecto «quando a infecção ameaça a mente - uma investigação sobre a deterioração cognitiva associada à infecção pelo VIH», a decorrer na Faculdade de Medicina do Porto, são agora conhecidos.
O psiquiatra e investigador Miguel de Bragança referiu estarem analisados cerca de 2/3 da amostra de 130/150 indivíduos medicados e acompanhados na consulta externa de doenças infecciosas do Hospital de S. João (Porto).
A amostra apenas inclui pacientes com menos de 50 anos, uma vez que acima dessa idade podem existir perturbações cognitivas causadas pelo envelhecimento.
Este estudo pretende não só caracterizar a população quanto às alterações cognitivas, como descobrir «preditores da deterioração». «O ideal seria sabermos que doente, com determinadas características, sexo e escolaridade irá deteriorar os níveis cognitivos mais ou menos que um outro», referiu à Lusa.
Os doentes infectados com VIH têm alterações mais ou menos frequentes e variáveis ao nível do funcionamento mental, que podem oscilar desde pequenas perturbações na atenção até à demência. «Deve-se sobretudo à predilecção do vírus pelo sistema nervoso central», explicou o investigador, referindo que o vírus altera o funcionamento cerebral, como dificulta a acção dos medicamentos retrovíricos no sistema nervoso central.
Os resultados preliminares do projecto «quando a infecção ameaça a mente - uma investigação sobre a deterioração cognitiva associada à infecção pelo VIH», a decorrer na Faculdade de Medicina do Porto, são agora conhecidos.
O psiquiatra e investigador Miguel de Bragança referiu estarem analisados cerca de 2/3 da amostra de 130/150 indivíduos medicados e acompanhados na consulta externa de doenças infecciosas do Hospital de S. João (Porto).
A amostra apenas inclui pacientes com menos de 50 anos, uma vez que acima dessa idade podem existir perturbações cognitivas causadas pelo envelhecimento.
Este estudo pretende não só caracterizar a população quanto às alterações cognitivas, como descobrir «preditores da deterioração». «O ideal seria sabermos que doente, com determinadas características, sexo e escolaridade irá deteriorar os níveis cognitivos mais ou menos que um outro», referiu à Lusa.
Para Miguel de Bragança, conseguir prever alterações mentais seria uma «arma muito importante para serem utilizados mecanismos de reabilitação cognitiva dos doentes». «Já protegemos o doente de múltiplas patologias que pode ter, mas assim teríamos uma arma acrescida para reabilitar os défices cognitivos como os da atenção, concentração, velocidade psico-motora, processamento da informação, função executiva, raciocínio abstracto, memória de invocação. Seria no fundo reabilitação da aprendizagem e do funcionamento de nós com o mundo», comentou.
A investigação decorre há um ano e deve prolongar-se por mais 12 meses. Além deste projecto, mais cinco, entre 16 candidatos, vão receber bolsas de investigação para apoio a doutoramento na área da infecção por VIH/Sida da Fundação GlaxoSmithKline.
Na lista está ainda a investigação Infecção dupla VIH-1/VIH-2: consequências clínicas, imunológicas e virológicas. O estudo de Sara Simões Lino tem por base a ligação Portugal/África, em especial, à Guiné-Bissau e Cabo Verde, e que faz de Portugal o país que tem maior incidência na União Europeia de infectados por VIH-2 (463 casos notificados até 31 de Dezembro último).
Diário Digital / Lusa