20 julho 2010

Sida: Gel vaginal reduz risco de contágio nas mulheres

Um gel vaginal contendo uma pequena percentagem do anti-retroviral tenofovir pode reduzir em 54 por cento o risco de contaminação com o vírus da sida nas mulheres, revela um estudo divulgado em Viena, Áustria.
O estudo, iniciado em Fevereiro de 2007 por uma equipa de investigadores sul-africanos, pretende aferir a eficácia de um gel vaginal contendo um por cento de tenofovir enquanto método de prevenção de contágio com o VIH em mulheres com parceiros sexuais seropositivos.A pesquisa, divulgada no congresso internacional sobre sida que decorre em Viena até sexta-feira e publicada na revista Science, abrangeu 898 mulheres sul-africanas seronegativas entre os 18 e os 40 anos, tendo 445 experimentado o gel com tenofovir 12 horas antes da relação sexual. Os resultados revelaram que a incidência do VIH diminuiu em 54 por cento entre as mulheres que usaram escrupulosamente, durante um ano, o gel microbicida.Para os autores do estudo, este gel pode ser "importante na prevenção" da infecção com o vírus da sida, especialmente entre as mulheres com parceiros sexuais que se recusam a usar preservativos ou sejam poligâmicos.A médica Maria José Campos, da associação Abraço, sustentou que o gel microbicida pode ser um método de prevenção "eficaz", atendendo a que, pela primeira vez, foi testado com sucesso com um medicamento activo contra o VIH. Contudo, ressalvou, terão de ser feitos mais testes para se comprovarem os resultados, antes de ser feito o pedido de comercialização.As mulheres representam 60 por cento das pessoas contaminadas com o VIH em África, onde se registam 70 por cento dos casos de contágio contabilizados em todo o mundo.

09 julho 2010

Nova descoberta abre caminho para vacina contra a sida

Investigadores norte-americanos descobriram dois anticorpos capazes de bloquear, em laboratório, a maior parte dos tipos de vírus da imunodeficiência humana, abrindo caminho a uma vacina eficaz contra a sida, revela um trabalho hoje, quinta-feira, publicado.

Mais de um quarto de século sobre a identificação do VIH responsável por cerca de 30 milhões de mortos, a procura de uma vacina contra a infecção ainda não foi bem sucedida, apesar do esforço da comunidade científica internacional.

De acordo com os autores do trabalho que será publicado, amanhã, sexta-feira, na revista Science, os dois anticorpos descobertos (VRCO1 e VRCO2) mostraram um elevado potencial a impedir a infecção de células humanas para cerca de 90% das variedades de VIH em circulação.

Os investigadores demonstraram igualmente o mecanismo biológico pelo qual os anticorpos bloqueiam o vírus.

"A descoberta destes antigenes com poderes excepcionais na neutralização do VIH e a análise à forma como eles operam representam avanços que vão acelerar os nossos esforços para descobrir uma vacina capaz de proteger de forma abrangente contra o vírus da sida", congratulou-se Anthony Fauci, diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas norte-americano, que co-dirigiu as equipas de investigação.

Num comunicado citado pela agência France Presse, o responsável salientou que a técnica usada pelas equipas de investigação para descobrir estes anticorpos "representa uma nova forma de abordagem que pode ser aplicada à concepção ou ao desenvolvimento de vacinas contra outras doenças infecciosas".

Os virologistas descobriram estes anticorpos produzidos naturalmente pelo organismo no sangue de um seropositivo. Conseguiram depois isolá-los através de um novo instrumento molecular.

Após esta descoberta, os investigadores começaram a desenvolver os componentes de uma vacina que pode ensinar o sistema imunitário humano a produzir grandes quantidades de anticorpos semelhantes aos anticorpos VRCO1 e VCRO2