As queixas de pessoas que se sentem discriminadas por serem seropositivas estão a crescer, muito por efeito do trabalho das associações, mas também da consciencialização das vítimas. Só o Grupo Português de Activistas sobre Tratamento de Vih/sida (GAT) diz ter recebido cerca de cem queixas em 2009. O dobro do ano anterior.
Segundo Luís Mendão, do GAT, “as queixas são sobretudo ao nível do trabalho e do acesso a lares de 3.ª idade ou cuidados continuados”, salienta. E nem só o cidadão anónimo se queixa. “Há algumas figuras públicas que se queixam, mas que não querem dar cara”, salienta este responsável. Também Andreia Pinto Ferreira admite que são inúmeras as queixas a chegar à Associação Ser+. “Recebemos queixas diariamente”, salienta, referindo que a associação acompanha 600 famílias.
Para combater a discriminação, as duas associações juntaram-se e lançaram ontem uma campanha que conta com a participação de quarenta figuras públicas, entre as quais se encontram Paulo Portas, Francisco Louçã, Teresa Caeiro, Jerónimo de Sousa, Nuno Gomes, Ricardo Pereira, Joaquim Monchique, Carla Matadinho, Katia Guerreiro, Henrique Garcia e Laborinho Lúcio. A campanha tem como tema central questionar a população se confiariam na personalidade se ela fosse seropositiva.
Além da campanha foi lançada uma linha telefónica para denúncia de situações de discriminação (707 240 240) e uma equipa de especialistas na área jurídica para apoiar as vítimas. Foi criado um sítio na Internet( www.seufosseseropositivo.com), onde se encontra reunida toda a informação.
HELDER ROBALO/Diário de Notícias – 09.02.2010