De acordo com o relatório de 2011 do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), divulgado esta terça-feira em Lisboa, apesar de Portugal se encontrar em quarto lugar nos cinco países com maior número de novos casos de VIH entre os consumidores de droga injectável, é um dos três que regista um decréscimo de infecções provocadas por novos casos.
Segundo os dados do último relatório do OEDT, que neste campo reportam a 2009, os números de novos casos de VIH entre os consumidores de droga injectável colocam no topo da tabela a Estónia (63,4/milhão de habitantes), seguida da Lituânia (34,9), Letónia (32,7), Portugal (13,4) e Bulgária (9,7).
Dos cinco países com mais novos casos (incidência) no seio dos consumidores de droga injectável, entre 2004 e 2009, Portugal é um dos três que regista decréscimo entre esta população, com a Estónia a apresentar um aumento de 28,8 (em 2008) para 63,4 casos em 2009 e a Lituânia de 12,5 em 2008 para 34,9 em 2009.
Portugal surge também em destaque entre os cinco países com uma descida do número total (prevalência) de infectados com VIH entre os consumidores de droga injectável, atrás da Áustria, França, Itália e Polónia, depois de vários anos no topo desta lista negra, revela o OEDT.
A agência europeia de informação sobre droga, sediada em Lisboa, sublinha que "na última década, a União Europeia obteve grandes progressos no combate à infecção do VIH entre os consumidores de droga injectável, incluindo uma maior responsabilidade de medidas de prevenção, tratamento e redução de danos", como é o caso de Portugal.
Os últimos dados europeus mostram que o índice médio de novos casos de infecção pelo VIH notificados continua a diminuir na Europa, tendo atingido um novo valor mínimo de 2,85 por milhão de habitantes (cerca de 1.300 casos), diz o OEDT, sublinhando que "a situação na UE é positiva, tanto em relação ao contexto mundial, como ao contexto europeu mais amplo".
Contudo, a agência europeia considera que a epidemia de VIH entre os consumidores de droga injectável "continua a constituir um grave problema de saúde pública para muitos países vizinhos da UE" e alerta que "a sobrecarga que a crise económica está a impor aos orçamentos dos serviços de tratamento aos toxicodependentes também poderá pôr em risco a capacidade dos países para fornecerem respostas adequadas às pessoas que correm maior risco de infecção".
No que respeita a outras doenças infecto-contagiosas, a hepatite viral, e em especial a hepatite C, continua com uma elevada prevalência entre os consumidores de droga injectável de toda a Europa, com variações grandes entre os países, o mesmo sucedendo com a hepatite B.
A tuberculose mantém também uma prevalência alta, tendo sido identificados em 2008 um total de 82.605 casos em 26 estados-membros da UE e na Noruega, com taxas superiores a 20 casos por 100.000 habitantes na Bulgária (41,2), na Estónia (33,1) na Letónia (47,1), na Lituânia (66,8), em Portugal (28,7) e na Roménia (114,1).
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2124056&page=-1
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