23 julho 2012

Estudo mede impacto emocional da infecção pelo HPV


Lesões internas mais graves, mas que não aparecem a olho nu, provocam menos impacto

As verrugas genitais causadas pelo HPV (papiloma vírus humano) provocam mais impacto na vida das mulheres do que as lesões internas causadas pelo mesmo vírus, que não aparecem a olho nu, mas são mais graves. A conclusão é de um estudo com 29 pacientes da Santa Casa de São Paulo.
O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum e afecta cerca de 630 milhões de pessoas no mundo.
Há dois tipos de reacção ao HPV: a verruga genital, de baixo risco, e a lesão pré-cancerosa e o cancro, que não são visíveis, mas são de alto risco. O estudo mostra que a preocupação e o medo são os sentimentos «campeões» quando o diagnóstico da doença é revelado, seguidos pela raiva.
Segundo a ginecologista Adriana Campaner, coordenadora do estudo, o diagnóstico do HPV causa discussões entre as mulheres e os seus companheiros. Entre as avaliadas, 21% relataram conflito com o parceiro ligando a doença à infidelidade e 10% romperam as suas relações por causa disso.
Mas, segundo Campaner, essa reacção é equivocada, porque não é possível identificar quando a pessoa contraiu o vírus. «A manifestação das lesões pode levar anos.» Segundo a ginecologista, 80% das mulheres vão ser infectadas com HPV pelo menos uma vez na vida. Ainda afirmou que a hipótese de uma mulher contrair o vírus em uma relação sexual é de 30% a 60%.
Em 90% dos casos, o HPV é transmitido por relações sexuais, mas há casos de pessoas que já contraíram o vírus pelo contacto com a sanita, uma toalha humedecida, sabonete e até material cirúrgico que não foi higienizado.
O condiloma pode ser tratado por métodos químicos ou físicos, que destroem a lesão. Já para tratar a lesão pré-cancerosa, é necessário fazer uma cirurgia para retirada da lesão. O tratamento para o cancro no colo do útero depende do grau de comprometimento do organismo.
«O ideal é descobrir as lesões pré-cancerosas antes de evoluírem para cancro», alerta a ginecologista. «Mas em apenas uma em cada cem mulheres o HPV evolui para o cancro.»
A prevenção contra a doença inclui a prática de sexo seguro, a vacinação e exames regulares - como o papanicolau e a consulta ginecológica de rotina.

Fonte: Agência LUSA


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